sexta-feira, 22 de julho de 2016

TEC apresenta "Futebol Club"


Ainda a saborear a grande conquista da nossa Seleção de Futebol, no Euro 2016 em França, eis que surge uma oportunidade para celebrar um pouco mais!

Se achava que já chegava, o TEC prova que não! Esta peça é mesmo para assistir e voltar a sentir toda a alegria que o Futebol nos trouxe, há bem pouco tempo!

O cenário, montado no auditório da Casa do Povo da Camacha, transporta-nos, imediatamente, para dentro de campo, onde assistimos do despontar do desporto em Inglaterra à recente conquista, com muita comédia pelo meio.

Desde o "joker" que dá o pontapé de saída, à emoção final, com momentos multimédia que nos arrepiam e fazem tornar a sentir tudo o que nos causou a vitória sobre a França, muita comédia, muita ação e muito Futebol!

E o que é o Futebol? O que nos causa e como o vemos? A Zé Ferreira, com a mestria habitual, mostra-nos a visão do TEC, com cenas "à Monty Pytons", quadros de uma qualquer "vida real", e a figuração de elementos da Freguesia, muito badalados nos últimos tempos!

E tudo pensado, ensaiado e encenado, em tempo record!

Há muito por dizer, com certeza, mas o ideal é você assistir!

Bravo Zé Ferreira, Bravo Teatro Experimental da Casa do Povo da Camacha!

domingo, 27 de março de 2016

AMO-Teatro 2016

https://www.facebook.com/amoteatro/
O espetáculo vai começar!

Está aí o "AMO-TEatro 2016", organizado pelo Teatro Experimental da Casa do Povo da Camacha (TEC).

De 27 de março a 3 de abril, 8 espetáculos de 6 companhias do continente português e 2 da Madeira compõem  o cartaz deste ano, com grandes nomes da arte bem conhecidos do grande público, como Maria Rueff, e as estreias nacionais ‘Diz-me mais dEÇAs’ de Rosa Villa e Susana Cacela, e ‘O Sofá, a Mamã e Eu’ de Valéria Carvalho.

Apesar das dificuldades financeiras, a equipa do TEC consegue, uma vez mais, levar a efeito o maior Festival de Teatro da Madeira, com projeção muito para além da Região, com o selo de garantia da Casa do Povo da Camacha.

Domingo, 27 de março, 20h00 na Casa do Povo da Camacha
A abertura, no "Dia Mundial do Teatro", contará com a apresentação da instalação plástica "Teias", no hall de entrada da Casa do Povo da Camacha, por Délia Santos, filha de pais camacheiros. Esta instalação, que ficará exposta até final do Festival.

Depois, às 21h00, a companhia madeirense Teatro Feiticeiro do Norte, apresenta no Auditório da Casa do Povo da Camacha a ‘Mai maiores qu’essei serras’, com Paula Erra e Élvio Camacho.


Neste trabalho, os dois atores usam um linguajar madeirense para fazer rir e comover-se até às lágrimas, recriando memórias retratadas no conto homónimo de Jorge Sumares, escrito em Abril de 1960”, diz o TEC.

Pode ler-se na sinopse: “Dois velhos, à beira dos 70 ou 80 anos, debaixo dum carvalho, dirigem-se a um forasteiro. Agarram essa oportunidade com o mesmo amor que têm à terra que lhes marca a ‘pélia’ das mãos. Do cerro que nada dava, dum palco vazio, nasce uma récita sem freios”.
 
Segunda feira, 28 de março - Estreia nacional

No segundo dia de Festival, a primeira estreia nacional!

‘Diz-me mais dEÇAs’, um trabalho independente das atrizes Rosa Villa e Susana Cacela, a partir de textos e frases de Eça de Queirós, encenado por António Gonçalves Pereira.

Este é “um ensaio partilhado de forma divertida com o público, em que os atores vão escolhendo e interpretando os textos que supostamente integrariam o espetáculo para o qual estão a ensaiar. O público vai ficando crescentemente surpreendido com a atualidade de textos tão antigo e vive a experiência da construção de um novo espetáculo”.

Terça feira, 29 de março, 21h00 no Auditório da Casa do Povo da Camacha
O TEF – Companhia de Teatro, apresenta neste festival, ‘Xmas qd kiseres’, de Jorge Louraço Figueira, com interpretação de Adriano Martins, Isabel Martins e Simão Telo e encenação de Eduardo Luiz.

Esta é uma peça centrada nas problemáticas que afligem o ensino, contando a história de Nico e Pilim, amigos, companheiros e residentes no Sítio do Bairro que decidem nas vésperas de Natal assaltar a Escola que frequentaram até há pouco tempo e onde conheceram Natália, a professora de Inglês. Esta que apenas consegue ser colocada em regime de substituição e na noite do assalto surpreende os seus ex-alunos na escola.

Quarta feira, 30 de março,  21h00 no Auditório da Casa do Povo da Camacha
O grupo Porta 27, oriundo do Porto, apresenta a peça ‘Pistolas, Pilantras e Problemas’, texto original de Suzanna Rodrigues, encenação de Ricardo Alves e interpretação de Tiago Lourenço e Cristovão Carvalheiro.

Esta é uma história de uma quase pistola, dois pilantras e uma infinidade de problemas num assalto a um banco. Dois atores que são obrigados a partilhar o mesmo palco e a lidar dificilmente um com o outro.

Quinta feira, 31 de março - Estreia nacional no Teatro Municipal Baltazar Dias
Valéria de Carvalho, uma atora de grandíssima qualidade e créditos firmados, faz no AMO-Teatro a estreia nacional da peça ‘O Sofá, a Mamã e Eu’, com textos de Rita Ferro, Valéria Carvalho e Lamberto Carrozzi, produção de Âmago, Arte e Cultura.

A peça é uma comédia dramática deliciosa que reflete o quotidiano de uma mãe trabalhadora e do seu filho a sair da adolescência, com a particularidade de Valéria de Carvalho contracenar com o seu próprio filho, João Pedro Carvalho Lima.

Sexta feira, 1 de abril, 21hoo no Auditório da Casa do Povo da Camacha

Sexta feira é um dia diferente no AMO-Teatro deste ano. Começa com o Teatromosca que leva ao palco a peça ‘Fahrenheit 451’, de Ray Bradbury, com os atores Filipe Araújo e Rute Lizardo.

Este trabalho é um romance num futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central, Montag, trabalha como ‘bombeiro’ (o que significa ‘queimador de livro’). O número 451 é a temperatura (em graus Fahrenheit) da queima do papel, equivalente a 233 graus Celsius. Este espetáculo estreou no Théâtre de la Tête Noire, em Orléans (França).

Depois desta peça, a organização convida toda a população a participar na festa AMO-TEatro, no Largo da Igreja Matriz da Camacha, com atuações do Grupo Folclórico da Camacha, dos Camachofones e das parodiantes do TEC – as DIVAS.

Assim teremos, no AMO-TEatro, uma festa de cariz popular, bem ao jeito camacheiro!

Sábado, 2 de abril às 21h30 no Teatro Municipal Baltazar Dias
Um dos maiores destaque deste Festival é, sem dúvida, "António e Maria", uma peça de António Lobo Antunes, interpretada pela grande atriz Maria Rueff (Meridional Teatro) e encenação de Miguel Seabra.

O espetáculo é uma procura, uma surpresa, um monólogo múltiplo de mulheres. Vozes mutantes num corpo iluminado. Um exercício, por assim dizer, de doméstico sublime. Aproveitando uma lição simples do escritor Lobo Antunes para a vida toda: “Espreitar para dentro de uma bota porque às vezes há coisas.”

Domingo, 3 de abril às 21h00, no Auditório da Casa do Povo da Camacha
O "AMO-Teatro 2016" fecha a cortina com a peça ‘O vosso pior pesadelo’, do grupo Art’Imagem, interpretado por Flávio Hamilton, Miguel Rosas e Pedro Carvalho, com encenação de José Leitão.

Este trabalho é uma comédia negra parodiando obscenamente agressões físicas e mentais perpetradas sobre um prisioneiro, de uma prisão de alta segurança, procurando chegar ao público para que este participe, física e mentalmente, num exercício ‘quase’ sadomasoquista.

A peça pretende questionar a impunidade que atravessa a nossa sociedade e as muitas formas de violência que se abatem sobre os cidadãos.

Bilhetes
Porque tudo isto envolve custos elevados, os espetáculos serão pagos, naturalmente. Numa altura em que se torna cada vez mais óbvia a necessidade de investir em cultura, esta é uma oportunidade perfeita para o fazer!

Os bilhetes terão o valor de 5 euros para o auditório da Casa do Povo da Camacha e de 12,5 para o Teatro Municipal Baltazar Dias.

Não deixe passar a oportunidade e assista a Teatro e apoie a cultura!

Fonte: DN Madeira (5 sentidos, 20 de março de 2016)

sexta-feira, 25 de março de 2016

Concerto de Páscoa da Banda Paroquial de São Lourenço

Domingo, a Banda Paroquial de São Lourenço realiza o seu habitual "Concerto de Páscoa", na Igreja Matriz da Camacha, pelas 19h30.

A Igreja Matriz, em processo de recuperação e restauro, é mais que um templo religioso, contando com uma atmosfera acolhedora e com uma acústica fantástica. Um local perfeito para concertos.

A juntar a isto, a Banda Paroquial de São Lourenço tem vindo a apresentar-se com crescente qualidade e dinamismo, o que se reflete em palco, em espetáculos de grande impacto e interesse.

Desta vez, o espectáculo, de entrada livre, conta com a participação de dois solistas convidados, Alexandra Teixeira (flauta) e Rodrigo Freitas (trompa).

Portanto, e nas palavras dos responsáveis da Banda Paroquial de São Lourenço, esta “será uma oportunidade de acabar em grande o tradicional Domingo de Páscoa e num local privilegiado, ouvindo boa música”.



quarta-feira, 23 de março de 2016

Jogos da Quaresma

O Largo Conselheiro Aires de Ornelas volta a ser palco dos "Jogos da Quaresma".

Este evento, organizado pelo Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, é uma oportunidade para partilhar momentos de convívio e aprender jogos tradicionais.

Um verdadeiro e único encontro de gerações!

XXIV Edição dos Jogos Tradicionais da Quaresma
Dias 24 e 25 de março de 2016.

Dia 24 de março
Jogo do Loto - a partir das 14h00

Dia 25 de Março
Jogo do Loto
Jogos Tradicionais da Quaresma
A partir das 15h00




Exemplos de jogos tradicionais desta altura do ano

Jogo do Balamente ou Balamento:Foto de Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Peça roubada foi recuperada pela PSP!

Excelente notícia!

A PSP conseguiu localizar e recuperar, intacta, a peça escultórica do monumento histórico que assinala o lugar onde se jogou futebol pela primeira vez em Portugal, em 1875.
Lembro que havia sido arrancada pela base e furtada na madrugada de terça-feira, no Largo Conselheiro Aires de Ornelas, na Camacha.

Segundo foi possível apurar, a peça encontrava-se numa sucata do Caniço, tendo a PSP (Esquadra de Investigação Criminal da Divisão Policial de Machico) identificado o vendedor e o proprietário da sucata.
Esperemos que, brevemente, a peça retome o seu devido lugar, havendo intenção da Junta de Freguesia de proceder a uma merecida recuperação/requalificação de todo o monumento.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Atentado Patrimonial

 
O Património da Camacha foi vandalizado, sofreu um duro e vil ataque!

A peça escultórica do monumento histórico que assinala o lugar onde se jogou futebol pela primeira vez em Portugal, em 1875, foi furtada, arrancada pela base!


Perde-se o monumento, perde-se um "pedaço" de história, perde-se um marco da Vila, perde-se muito, pelo que urge localiza-la de imediato, esperando que não tenha sofrido danos de maior.

O que é o Monumento ao Futebol

Época de Construção: 1969
Autor: Amândio de Sousa

Refira-se que foi no velho campo da Achada da Camacha (espécie de baldio à inglesa, arrelvado) que na nossa região se despertou para a prática desportiva moderna com a introdução da 1ª bola de futebol, a qual Harry Hinton trouxera de Inglaterra, onde estudava, dando assim início aos primeiros encontros de futebol que há memória no nosso país, decorria o ano de 1875. "

Nélio Nunes in Levantamento do Património Imóvel do Concelho de Santa Cruz


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"Em 1969, Amândio de Sousa voltaria a trabalhar concebendo uma escultura em bronze, de formas puristas, que constituiu a primeira obra abstracta ao ar livre, inaugurada fora do Funchal, num agenciamento simétrico de planos e curvas, e que na altura mereceu algumas críticas, pelo seu carácter não representativo, como seria de esperar.

  (...)Alguns anos mais tarde as entidades oficiais decidiram “restaurar” a base da peça, alterando a sua aparência sem ter consultado o escultor."

in "As Artes Plásticas na Madeira (1910 - 1990)", de António Carlos Jardim Valente




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Cortejo de Carnaval das EB1PE da Camacha


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Carnaval, mas pouco...

A Camacha tem sido uma das Freguesias com maior número de atividades ao longo do ano, particularmente no que concerne a datas festivas, como o Carnaval. Mas este ano não será assim...

Felizmente, na sexta feira, as Escolas Básicas cumprem a tradição e realizam o seu Cortejo, com a cooperação e co-organização da Junta de Freguesia.

Não há duvidas que é um momento alto, pela alegria das crianças,  mostrando o trabalho desenvolvido em contexto escolar, que os pais e familiares não deixam de acompanhar de perto. Uma manhã em cheio!

No entanto, com o encerramento da "Tasca O Casimiro", e a não realização do habitual "Baile do Clube 26", a oferta em termos de animação de Carnaval é diminuta, limitando-se ao "Baile dos Travestis", organizado pelo Teatro Experimental da Casa do Povo da Camacha.

O objetivo é a angariação de fundos, tendo em vista a realização do "Festival AMO-Teatro 2016", com o selo de qualidade TEC!

Esta é uma iniciativa louvável, tanto mais que reafirma a dinâmica de quem deita mãos ao trabalho e procura ultrapassar todas as dificuldades financeiras que se agravam continuamente. É assim na Casa do Povo, é assim no TEC!

Não percam a oportunidade de usufruir desta sexta feira de grande folia na Camacha! Até porque, infelizmente, será mesmo o único dia...

Como já é amplamente sabido, não se realiza o Cortejo de Carnaval do domingo, há muito organizado pela Casa do Povo da Camacha e, desde 2015, em parceria com a Junta de Freguesia.

Esta não foi uma decisão fácil nem tomada levianamente, pela importância que o evento tem, tendo a Casa do Povo e a Junta de Freguesia avaliado, em conjunto, várias soluções, perante o impacto da não realização, mas não foi possível evitar o pior cenário. Porquê?

O que é o "Cortejo de Carnaval da Camacha"
Sendo tema que merece ser abordado separadamente, a Camacha está na génese de vários cortejos e eventos Regionais, como a "Festa da Flor" e o "Cortejo Trapalhão", o que, juntando à tradição popular de sair para a rua mascarados, vinca a importância do Carnaval nesta Freguesia.

Há longos anos, a Casa do Povo passou a organizar o "Cortejo", fixando-o no domingo de Carnaval, incentivando e premiando a participação, de crianças, jovens, adultos e seniores, individualmente ou em grupos organizados.

O percurso teve várias versões, mas sempre com uma volta à Achada e terminando no Ringue, onde os participantes desfilam perante um Juri, para a atribuição dos prémios préviamente definidos.

Aberto a todos e com cariz vincadamente popular e trapalhão, sempre foi natural acontecer sátira e crítica social e política, tornando-se imagem de marca. Rir com a crítica é próprio do Carnaval, como até a mim aconteceu, sem que isso se deva levar a mal. É Carnaval e há que ter espírito e "poder de encaixe".

Portanto, o Cortejo sempre foi espaço livre, para crítica, sátira, imaginação, diversão e todos o que de bom o Carnaval tem.

A participação
Ao longo dos anos tem variado o número de participantes, notando-se a diminuição, particularmente de troupes organizadas, algo que importa analisar.

No caso de "Troupes de Carnaval", apesar dos convites e do esforço feito no sentido de atrair a sua participação, o entrave é financeiro. Uma troupe tem custos e é natural que procurem rentabilizar ou minimizar o investimento, participando em Cortejos onde são remunerados.

No caso dos grupos mais, digamos populares de temas satíricos, que muito agradam e que dão um cariz mais local e divertido ao Cortejo, a questão pode ter várias razões.

Desde logo o desinteresse pela participação, pelo trabalho que dá, pela dedicação que exige e pela disponibilidade de tempo que cada um vai tendo para isso.

Também há opiniões segundo as quais o Júri atribui o prémio sempre aos mesmo e que, por isso, não vale a pena. Bom, ser Júri é difícil e sempre sujeito a crítica, porque a avaliação é subjetiva, embora com critérios definidos.

A organização tem procurados escolher pessoas não ligadas à Casa do Povo, mas é impossível agradar a todos, agora, discordo em absoluto dessa ideia de que ganham sempre os mesmos.

É verdade que há grupos que participam sempre e que se preparam com cuidado, mas em momento algum a organização decide ou influencia na escolha.

Portanto, é legítimo querer o melhor prémio, mas não mais do que a escolha do Júri.

Os custos
Para a realização de um cortejo como este, é necessário garantir condições de segurança e cumprir com as regras e leis que estipulam a obrigatoriedade de policiamento, o que tem custos inerentes e incontornáveis, suportados pela organização.

Também a animação tem custos, muito para além da logística de palco, com equipamento de som e animação, seja DJ ou artista de variedades.

Os prémios atribuídos aos participantes, conjuga produtos e serviços oferecidos pelo comércio local, com valores monetários, o que, somando todas as variáveis, significa um investimento global mínimo de 1500€.

O financiamento
Como em todas as atividades e eventos da Casa do Povo, é o seu próprio orçamento a suportar a maior parte dos custos.

Para tal, é elaborado o "Plano de Atividades e Orçamento" anual, que é remetido às Entidades Públicas, de forma a obter os apoios financeiros necessários, quer para os mesmos, quer para o próprio funcionamento da Casa do Povo.

Nos últimos anos os cortes em apoios governamentais têm sido de grande monta, mas existem e há abertura para adequar e comportar maior apoio, face à importância e impacto positivo da ação da Casa do Povo.

Já no que toca às autarquias, a Junta de Freguesia está sempre na linha da frente para apoiar e participar como parceira, sem que a Câmara Municipal demonstre a mesma abertura. Não há apoio financeiro e o apoio logístico de funcionamento, que era dispensado às instituições, desapareceu.

Assim, é natural que se tenham de tomar opções, e maior critério nos eventos para que há capacidade efetiva de realizar.

O comércio local é um parceiro fundamental, mas as diminutas receitas obtidas contribuem para a incapacidade financeira. No entanto há que realçar que a grande maioria dispensa apoio, atribuindo prémios em forma de vales de compra.


A solução?
Porque importa realizar o "Cortejo de Carnaval", faço votos para que, em anos futuros, as dificuldades financeiras sejam ultrapassadas.

Para tal, o comércio local terá de ter uma participação mais forte, porque o evento atrai visitantes à Vila, mas, porque tem de ser propósito de uma Autarquia, o apoio e o incentivo ao dinamismo cultural, desportivo, social e comercial local, importa que se efetivem investimentos financeiros, dotando os eventos de animação com qualidade e capacidade de atrair participantes e assistência.

Não se trata de comprar feito, ou desbaratar recursos, trata-se de investir no dinamismo!

E porque esse dinamismo parte, desde logo, de casa, é fundamental que todos os grupos, instituições, clubes e associações participem, ativamente, em troupes, individualmente, ou de qualquer outra forma, mas contribuindo para engrossar o numero e qualidade do Cortejo.


sábado, 23 de janeiro de 2016

2015 em revista - Eventos

Qualquer altura é boa para analisar o caminho percorrido e pensar em mudanças, inovações, ajustes, novos projetos ou simplesmente aplicar fórmulas que mostraram sucesso. Porque 2016 está apenas a iniciar, proponho-me destacar o que de maior impacto se fez em 2015.

2015 foi um ano marcado por eventos, realizações, inovações e novos projetos, que marcaram a Vila e lhe deram forte presença mediática. De forma necessáriamente sucinta, destaco a Super especial do Rali, o Moda Camacha e o ART'Camacha.


Super especial do Rali na Camacha
Longe vão os anos do "nosso Rali", mas a aposta no regresso da "Super-Especial" foi importante, tanto mais que, acompanhada pela inovação no trajeto, trouxe a emoção ao coração da Vila!

O fluxo de público beneficiou, desde logo, o comércio local, gerando receitas fundamentais para um setor em dificuldades. Mas, além do imediatismo, este número expressivo de visitantes foi também oportunidade para promover as diversas ofertas da Vila. Com preparação e qualidade, o impacto é positivo e direto.

Nota de destaque para as festas promovidas pelos bares, com o Bilha e o Casimiro a apostarem em animação DJ, o que permitiu ao muito público permanecer na Vila depois da prova.

Esta foi uma aposta ganha, muito pelo empenho do Presidente da Junta de Freguesia, que tem tudo para ser repetida este ano, previsivelmente no sábado do Rali, dada a rotatividade estabelecida entre as "sedes" da prova (Camacha, Santa Cruz e Machico).

Como em tudo, há sempre espaço para melhorar, nomeadamente avaliando, se este trajeto não teria maior emoção e capacidade de atração de público, sem a subida do Caminho da Madeira e com uma dupla volta à Achada, além de algumas questões pontuais de segurança, algo que a organização faz sempre e bem.


Moda Camacha
O evento foi criado pelo estilista Tiago Gonçalves, e teve a primeira edição no Camacha Shopping. Em 2015, a Câmara Municipal e Junta de Freguesia lançaram o desafio de se trazer o evento para a rua, para o centro da Vila, se possível ao ar livre, integrando a celebração dos 500 anos de Santa Cruz.

A festa de lançamento, na Tasca "O Casimiro", foi o primeiro momento de sucesso. Uma noite de glamour, com desfile e performance das modelos do estilista, e a presença de muita gente, e um ambiente muito agradável, num espaço cuidadosamente decorado.

Quanto ao evento em si, o espaço escolhido foi o largo da Achada, com o apoio "O Casimiro", onde, porque a data aconselhava prudência, e em acordo com as Autarquias locais, foi feita a montagem de uma tenda, dentro da qual se ergueu o palco e toda a passadeira.

O desafio era exigente, mas a qualidade do trabalho do estilista, colaboradores e colegas convidados, resultou em sucesso, com muito mediatismo e impacto positivo na imprensa, sempre com o nome "Camacha" acopolado, o que diz bem da promoção resultante para a Vila.

Infelizmente, não faltaram críticas inusitadas com argumentos descabidos, atacando a montagem da tenda, a obrigatoriedade de bilhete pago para o dia e o condicionamento no acesso ao WC público do Largo da Achada, ainda que limitado a meia dúzia de horas. Um evento com esta grandeza não merecia.

Lamentável, sobremodo, a falta de apoio e cooperação camarária. Sendo um evento dos 500 anos, a comparticipação financeira era justa e lógica, mas apenas, e uma vez mais, a Junta de Freguesia esteve na linha da frente. Os custos foram repartidos entre o organizador, a Junta de Freguesia e o patrocinador "O Casimiro".


ART'Camacha
Não é novidade, este Festival de Cultura é o ponto alto do ano na Vila da Camacha. Ao longo dos anos tem sofrido ajustes diversos, inovações, e crescentes dificuldades.

Este 2015 a "Eira da Elsa" foi a grande inovação, tornando o espaço, onde a Cristiana Sousa instalou o projeto "Cúpula", num fantástico local de concertos, intimistas e de qualidade enorme! Uma aposta ganha, com o contributo do Higino, que planeou o alinhamento dos concertos.

Também inovação, fizeram-se workshop dedicados ao vime e ao folclore.

No caso do vime, o artesão local, Alcino Góis, proporcionou a experiência de fazer um pequeno cesto, com os interessados a terem um contacto prático com esta arte.

No caso do Folclore, foi possível experimentar jogos de roda com Grupo do Rochão e dançar com os grupos de fora da Madeira, participantes no Festival.

No palco principal, o vasto e eclético programa, manteve o nível elevado de qualidade, com vários pontos altos, como a Festival de Folclore, a noite do Teatro, a noite dedicada ao rock e o desfile do Tiago Gonçalves.

Portanto, num cenário de dificuldades financeiras e sem apoio financeiro da Câmara, sendo, uma vez mais, a Junta de Freguesia a entidade que mais apoio dedicou a um evento desta grandeza, foi com enorme esforço da direção da Casa do Povo, dos seus colaboradores e dos grupos e artistas envolvidos, que se fez um Festival cada vez mais apostado em inovar, apostando na interação com o público e primando pela cultura.

Investimento social é proporcionar crescimento cultural
A Capital da Cultura da Madeira merece apoio ao nível da capacidade que, continuamente, comprova ter para dinamizar e organizar.

Instituições, grupos e artistas, fazem muito com pouco, pelo que é urgente acarinhar e apoiar concretamente, quer ao nível governamental, quer, especificamente, ao nível autárquico.

Eventos que impulsionam a economia local, que dinamizam a imagem da Freguesia, que apostam na cultura, desporto ou mesmo entretenimento de qualidade, merecem esse apoio.

Apoiar acontecimentos com estas valências é, também, investimento social, pelo impulso descrito acima e, mais ainda, por proporcionar a toda a população, momentos de diversão, de aculturação e de atividade, de convívio, de festa, com impacto positivo na sua auto estima, algo intrinsecamente ligado à capacidade produtiva.

Apostar na dinâmica da Camacha, não é gasto, é investimento merecido!